Por Roberto Fioloc Alvarez – Analista de Saúde/Medicina – Procuradoria Regional da 4ª Região, publicada em 10/05/2023

Apesar de ser um tipo câncer com alta prevalência, o segundo mais frequente em mulheres e homens após as neoplasias de mama e próstata respectivamente, as medidas preventivas são simples. Por isso, a divulgação de informações e o estímulo às práticas preventivas permitem o diagnóstico da doença em estágio inicial e assintomático, o que possibilita a cura na grande parte dos casos.

Como prevenir o câncer de intestino?

Mudanças de comportamento sedentário e a dieta, principalmente a ingestão de fibras (frutas, sementes, legumes, farelos, cereais e grãos integrais) podem prevenir o surgimento do câncer (prevenção primária) e a realização de exames adequados pode permitir o diagnóstico precoce (prevenção secundária). Mesmo para pacientes assintomático, sem história familiar desse tipo de câncer devem ser realizados exames como a colonoscopia ou a pesquisa de sangue oculto, a partir dos 45 anos de idade.

Nos casos de síndromes genéticas, que são eventos raros, encontradas na história familiar de câncer de intestino em pessoas com menos de 50 anos e/ou indivíduos na família com câncer em mais de uma geração (por exemplo, avô e pai), o acompanhamento médico deve ser iniciado precocemente. A idade de início de exame será individualizada de acordo com o diagnóstico da síndrome genética, mas a regra geral é começar no mínimo 10 anos antes da pessoa mais jovem daquela família ser diagnosticada com câncer colorretal, uma vez que essas situações aumentam muito a probabilidade do diagnóstico de câncer de cólon e reto.

Quais os sintomas e doenças associadas podem ser um alerta?

O diagnóstico de Doenças Inflamatórias Intestinais, como Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa também demandam atenção do especialista. De forma mais comum, a ocorrência de câncer de cólon ou de lesões benignas (adenomas) em familiares, em especial com menos de 60 anos de idade, indica o início do rastreamento de tumores colorretais (adenocarcinomas) a partir de 40 anos de idade, ou 10 anos antes da idade do familiar com a doença (indivíduo índice), o que vier mais cedo.

Independente da idade, o adulto com dor abdominal persistente (mais de 30 dias), sangramento retal, emagrecimento inexplicado, anemia, que pode se manifestar como palidez e fraqueza, além de mudança no padrão evacuatório, como o surgimento de prisão de ventre ou diarreia, deve procurar um médico para uma avaliação do quadro.

Quais exames posso fazer para prevenção, avaliação e diagnóstico?

O exame de escolha para o rastreamento da neoplasia colorretal é a colonoscopia. De acordo com o resultado do exame, o médico vai recomendar um intervalo de repetição. No geral, um exame com resultado normal é repetido a cada 5 anos.

A colonoscopia permite o diagnóstico de lesões benignas, pólipos, que podem ser precursoras do câncer. Por meio do exame, o interior do intestino pode ser visualizado e, se encontrado algum pólipo (em média em 20% dos exames), pode ser removido. A retirada dos pólipos previne que haja uma possível progressão destes para o câncer. É um procedimento seguro, ambulatorial, feito com sedação e que demanda uma dieta sem fibras e uso de laxativos nos dias que antecedem o exame, para adequada limpeza do cólon. O tempo de preparo pode ser variável entre um e dois dias.

Um outro exame, a pesquisa de sangue oculto nas fezes anual pode ser uma opção para pessoas assintomáticas que optem por não fazer colonoscopia. Este exame, apesar de menos sensível para detectar os adenomas, apresenta boa acurácia para neoplasia colorretal.

Resumindo...

Pessoas com sintomas suspeitos ou com os fatores de risco para maior probabilidade de incidência de carcinoma colorretal devem procurar um médico especialista (gastroenterologista ou coloproctologista) e realizar os exames preventivos.

Os indivíduos com o risco médio, isto é, pessoas a partir dos 45 anos de idade, idealmente devem realizar os exames preventivos que serão repetidos de acordo com orientação do médico. Juntos, médico e paciente, poderão escolher o melhor método para avaliação do caso e estratégias para prevenção do câncer do cólon e do reto.

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