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Como a luz de dispositivos eletrônicos pode afetar sua saúde ocular

Como a luz de dispositivos eletrônicos pode afetar sua saúde ocular

Publicada em 12/05/2021, por Maria Olindina Luna Brandão, Analista de Saúde do MPU/Medicina/Oftalmologia

A dependência do uso de equipamentos eletrônicos (telas de celulares, de computadores, de smartphones, tablets, TVs de tela plana e notebooks) para realização de atividades diárias intensificou o números de casos da “Síndrome Visual Relacionada a Computadores”. Esta síndrome se caracteriza por fadiga ocular, dor de cabeça, irritação, sensação de olhos secos e turvação visual, sintomas que vêm aumentando nos últimos anos, e que também podem ser agravados pela pandemia de Covid-19.

Um estudo norte-americano mostrou que o consumo de mídia eletrônica aumentou 60% desde o início das medidas de isolamento social. O tempo gasto em frente as telas de computadores aumentou em 30% no último ano. A exposição excessiva às telas pode, a longo prazo, favorecer o envelhecimento dos olhos, aumentando a incidência de catarata precoce e doenças na retina, confira!

Por que estes equipamentos podem prejudicar a saúde ocular?

Os equipamentos eltrônicos mencionados anterioremente emitem quantidades significativas de luz azul, um tipo de luz nociva à saúde dos olhos. Por exemplo, as lâmpadas fluorescentes emitem 26% de luz azul, enquanto as lâmpadas de LED brancas, tablets, smartphones e computadores emitem até 35%.

Além de maior quantidade de luz azul emitida pelos aparelhos eletrônicos, o seu uso por longos períodos, somado à proximidade dessas telas com o rosto do usuário é preocupante no que diz respeito aos possíveis efeitos na saúde ocular!

 De fato, a exposição à luz azul contribui para o estresse oxidativo da retina e pode favorecer a aceleração do processo de envelhecimento dos olhos e o surgimento de DMRI (Degeneração Macular Relacionada com a Idade), catarata precoce e ceratite.

Além dos efeitos nocivos aos olhos, como a luz azul é predominante emitida pelo sol durante o dia, a exposição no período da noite pode atrapalhar o ciclo sono/vigília, resultando em insônia e fadiga diurna, já que essa luz inibe a liberação do hormônio melatonina, responsável pela indução do sono.

O que posso fazer para reduzir o risco de luz azul afetar minha saúde e a saúde dos meus olhos?

Durante a noite é necessário reduzir ao máximo a exposição à luz azul. Para isso, procure por aplicativos que regulam a luminosidade da tela do seu celular ou computador, como os apps “Night Shift” e “Twilight”. Os computadores têm aplicativos disponíveis que utilizam a localização geográfica para determinar o horário do nascer e do pôr do sol a fim de reduzir a emissão de luz a noite.

Dicas simples para minimizar os efeitos da luz azul sobre os olhos ao usar aparelhos eletrônicos são:

- Mantenha a tela do monitor a 60 cm do rosto e na altura dos olhos;

- Faça pausas de 20 minutos, a cada 2 horas de atividade à frente do computador;

- Lembre de piscar os olhos quando diante desse equipamentos, pois ajuda na lubrificação dos olhos;

- Evite ambientes com baixa luminosidade;

- Evite o uso de equipamentos eletrônicos à noite, especialmente próximo do horário de dormir;

- Ajuste a luz indireta o redor de si e evitar trabalhar com o monitor próximo a janelas;

- Ajuste o tamanho da fonte para facilitar a leitura;

- Uso de filtros para smartphones, tablets e telas de computadores;

- Mantenha o grau dos óculos atualizados para que o esforço visual diante do computador seja minimizado, se for usuário de óculos.

A luz exerce papel importante na vida das pessoas, especialmente no crescimento e no bom funcionamento do relógio biológico, essencial para o sono; aumenta a atividade do cérebro e o estado de alerta, ajuda a função cognitiva e melhora o humor. No entanto, durante o dia, use óculos com lentes anti-reflexo e proteção UV e, ainda, à critério do seu médico, use óculos com filtro para a luz azul.

Quando devo procurar o médico oftalmologista?

Os principais sintomas e sinais que sugerem problemas nos olhos devido 1ª exposição à luz azul são: desconforto visual, dor de cabeça, ardor ocular, vermelhidão, turvação visual. Quando um ou mais desses sintomas se mostrarem presentes, está indicada uma avaliação oftalmológica.

Ainda são necessárias mais pesquisas para determinar a quantidade de luz natural e artificial que correspondem a um excesso de luz azul para a retina. A prescrição de óculos com filtros para luz azul ainda não é consenso entre os oftalmologistas, por isso faça avaliações oftalmológicas regulares mesmo sem sintomas.

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