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Nódulos Tireoidianos – Devo me preocupar?

Nódulos Tireoidianos – Devo me preocupar?

Publicada em 18/08/2021, por Alexandre Azevedo Cunha, Analista de Saúde/ Medicina – Endocrinologia

A tireoide é uma glândula em forma de escudo que está localizada abaixo da laringe e acima das clavículas. Ela produz dois hormônios, a triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Esses hormônios regulam como o corpo usa e armazena energia. A função tireoidiana é controlada por outra glândula chamada hipófise ou pituitária, localizada na base do crânio. A hipófise, por sua vez, produz um hormônio (TSH – hormônio estimulador da tireoide) que estimula a tireoide a produzir o T3 e T4.

Os nódulos tireoidianos são muito comuns na população em geral, principalmente em idosos e em mulheres. Até 50% da população terá pelo menos um nódulo na tireoide ao longo da vida, embora a maioria não saiba disso. O mecanismo de formação desses nódulos tireoidianos não é bem compreendido, mas se sabe que alguns fatores de crescimento e mutações genéticas estão envolvidos na gênese desse problema.

A grande importância no manejo, controle e tratamento dos nódulos tireoidianos é descartar a possibilidade de câncer da tireoide. Cerca de 90 a 95% dos nódulos tireoidianos em adultos são benignos e apenas 5 a 10% são malignos. Em crianças, todavia, cerca de 26% dos nódulos tireoidianos podem representar um câncer. Esses percentuais não diferem significativamente se a tireoide apresenta um nódulo único ou múltiplos nódulos. São também considerados pessoas com maior risco de câncer aquelas que realizaram radioterapia na região da cabeça e pescoço e aquelas com histórico de câncer de tireoide na família.

Em geral, os nódulos tireoidianos têm evolução insidiosa e, na sua grande maioria, são assintomáticos. Frequentemente são descobertos no exame clínico de rotina, ou acidentalmente, em avaliações por imagens da região cervical anterior. Devemos ficar atentos, entretanto, se houver rápido crescimento do nódulo, surgimento de rouquidão persistente, mudança no timbre da voz e dificuldade para deglutir. Esses sintomas podem estar relacionados com nódulos malignos. Embora os nódulos sejam 8 vezes mais comuns em mulheres, o risco de malignidade no sexo masculino é 2 a 3 vezes maior.

A ultrassonografia de tireoide é o melhor exame de imagem para a detecção e avaliação de nódulos tireoidianos. Ela é superior a outros métodos mais sofisticados, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética em informar as características dos nódulos. Devemos realizar uma ultrassonografia de tireoide se houver suspeita de nódulo da tireoide ou bócio nodular após o exame físico, se os nódulos forem encontrados ao acaso por meio de estudos de imagem feitos por outros motivos, por exemplo, doppler de carótidas e naqueles com história familiar de câncer de tireoide. Os achados encontrados na ultrassonografia de tireoide podem ser usados para selecionar nódulos suspeitos que necessitam de biópsia ou punção. Portanto, se a ultrassonografia mostrar características suspeitas de câncer, a próxima etapa é a realização de punção. A punção usa uma agulha fina para retirar pequenas amostras de tecido do nódulo da tireoide que é então examinado com um microscópio. Este é o melhor método para diferenciação entre lesões benignas e malignas da tireoide.

O tratamento adequado do nódulo tireoidiano depende do tipo de nódulo encontrado. Em geral, nódulos benignos requerem apenas monitoramento. A cirurgia geralmente não é recomendada e um nódulo benigno pode ser acompanhado com ultrassom ao longo do tempo. Já o tratamento dos nódulos malignos envolve a indicação de cirurgia, com retirada total ou parcial da tireoide. Em complemento ao tratamento, pode ser necessária a realização de iodo radioativo. Ainda, se toda tireoide for removida com cirurgia, há ainda a necessidade reposição hormonal.

Importante: embora o diagnóstico de câncer de tireoide traga muita angústia e preocupação, a maioria das pessoas tratadas tem uma excelente chance de cura e sobrevivência a longo prazo.

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