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Uso de Laser para tratamento do Herpes Labial

Uso de Laser para tratamento do Herpes Labial

Publicada em 22/04/2021, por Paula Martin Gomes – Analista de Saúde do MPU / Odontologia

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O herpes orofacial, ou mais comumente denominado herpes labial, é causado pela infecção pelo vírus Herpes Simples tipo 1 (HSV-1) e, mais raramente, pelo Herpes Simples tipo 2 (HSV-2, mais relacionado ao herpes genital). A contaminação ocorre geralmente na infância ou adolescência, com alta prevalência na população adulta (cerca de 95 % no Brasil).

Os vírus do Herpes simples permanecem latentes em gânglios nervosos sensoriais e podem se tornar ativos, com períodos de recidiva devido a fatores provocadores diversos, como exposição solar ou ao frio, febre, cirurgia, radiação UV, corticoterapia, ansiedade, baixa na imunidade e estresse.

Sintomas mais frequentes do Herpes Labial

A doença viral não tem cura, porém a maioria dos portadores não desenvolve as lesões. Quando o portador do vírus apresenta sintomatologia, pode resultar em gengivoestomatite (pequenas lesões nas gengivas), com quadro de adenopatia (nódulos linfáticos aumentados e doloridos). As vesículas podem ocorrer dentro ou fora da cavidade oral e são precedidas por formigamento, dor e queimação, além de outros sintomas gerais como febre, mal-estar e perda de apetite.

A região mais comumente afetada é o canto dos lábios, mas podem aparecer lesões no queixo e ao redor das narinas. São pequenas vesículas que se formam após um curto período de prurido e vermelhidão. Estas vesículas se rompem, liberando um líquido amarelado que contém os vírus, momento em que pode ocorrer a auto-contaminação para outras áreas e também entre indivíduos. Com o rompimento das vesículas, formam-se úlceras que persistem por alguns dias e depois cicatrizam sem deixar vestígios. A condição é auto-limitante, com duração geralmente de 7 a 14 dias, mas o quadro é extremamente desagradável, gerando incômodo, irritação, dor e  constrangimento ao paciente.

Tratamentos comuns e o uso da Laserterapia

O tratamento com cuidados locais como gelo, álcool ou éter é paliativo e pouco eficaz. Mesmo o uso de antivirais não é uma garantia de resolução mais rápida, mas pode ser instituído principalmente em indivíduos imunocomprometidos e/ou que apresentam surtos frequentes. Para isso, a administração precoce é mais eficiente com o intuito de diminuir a taxa de replicação viral. Os benefícios de medicações como Aciclovir e semelhantes (Velaciclovir, Famciclovir) são modestos e podem apresentar efeitos colaterais como náuseas, diarréia, cefaléia, erupções cutâneas e ainda favorecem o desenvolvimento de cepas virais resistentes, além de não influir significativamente na redução de recidivas da doença.

Por isso, a fototerapia com laser de baixa intensidade pode ser uma ótima opção de tratamento. Neste caso, o laser pode ser aplicado em todas as fases do herpes orofacial, como terapia coadjuvante ou como o tratamento em si. Os protocolos de aplicação são definidos pelo dentista de acordo com o estágio da doença. O ideal é que a aplicação ocorra nas primeiras horas dos sintomas, ou seja, antes mesmo de serem visíveis quaisquer lesões. Isso pode diminuir a intensidade ou até impedir que as lesões apareçam.

Os efeitos benéficos da laserterapia incluem a modulação da reação inflamatória, analgesia, estimulação da microcirculação e cicatrização, além de outros que aumentam o potencial de defesa e reparação do organismo. Este tratamento pode ser ainda muito vantajoso para acelerar a resolução de lesões e diminuir a dor e desconforto associados, assim como para reduzir os níveis de recorrência e intensidade das lesões causadas no herpes labial.

Além disso, o tratamento com o laser tem a grande vantagem de não provocar efeitos colaterais e poder ser utilizado em crianças e adultos, inclusive mulheres grávidas.

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Bibliografia consultada:

  1. Site da Federação Médica Brasileira (www.portalfmb.org.br)
    1. Herpes simples: atualização clínica, epidemiológica e terapêutica – Geller, Mauro et al. – J. Bras. Doenças Sexualmente Transmissíveis 2012; 24(4) : 260-266.

Garcez, A.S. et al. Laser de baixa potência, princípios básicos e aplicações clínicas na odontologia. Elsevier Editora Ltda., 2012.

registrado em: Saúde Bucal
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