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Vacinação contra a Inflenza em tempos de pandemia

Vacinação contra a Inflenza em tempos de pandemia

Importância e esclarecimentos sobre a vacinação contra a gripe

Publicada em 13/04/2021

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A Influenza, também conhecida como gripe, está entre as viroses mais frequentes em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são notificados todos os anos cerca de 1 bilhão de casos da doença, dos quais 3 a 5 milhões são graves — incluindo 290.000 a 650.000 mortes.

A todos os desafios já impostos pela influenza, soma-se atualmente a pandemia da COVID-19, responsável por milhões de mortes, e que vem exercendo uma grande sobrecarga em âmbito global aos serviços de saúde.

Diante deste cenário, as vacinas influenza assumem relevante papel. Elas podem não só prevenir a gripe, mas, consequentemente, diminuir o número de pessoas que procurarão os serviços de saúde com sintomas semelhantes aos da COVID-19, reduzindo a exposição destas pessoas e aliviando a sobrecarga nos serviços de saúde, além da redução do risco de coinfecção pelas duas doenças.

Em função das frequentes dúvidas em relação à vacina contra a gripe em meio a pandemia COVID-19, a ASSENF/ SSIS procura responder aqui os 10 principais questionamentos em relação ao tema.

1. A vacina para influenza pode proteger também contra o novo coronavírus?

Não, além de se tratar de vírus diferentes, até o momento não há qualquer evidência científica de que vacinas para outras doenças possam prevenir a COVID-19.

2. Qual o número de doses e esquema de vacinação contra a gripe?

O número de doses e esquema muda de acordo com a idade e histórico vacinal em anos anteriores, a saber:

- Crianças de 6 meses a 8 anos de idade que nunca se vacinaram contra a gripe: duas doses com intervalo médio de 30 dias entre a primeira e segunda dose.
- Crianças de 6 meses a 8 anos de idade que se vacinaram contra a gripe em anos anteriores: Dose única anual.
- Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos, independente de terem histórico de vacinação contra a gripe em anos anteriores: Dose única anual.

3. Pode receber as vacinas da gripe e da COVID-19 simultaneamente?

Não. Até o momento não há dados que demonstrem a não interferência da resposta imune quando da administração simultânea de vacinas COVID-19 com qualquer outra vacina. A orientação é que seja respeitado um intervalo mínimo, tanto pré como após a vacina COVID-19 de 14 dias para a aplicação de qualquer outra vacina, inclusive a da gripe.

Vale lembrar que a vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas (exceto vacinas contra a Covid-19) ou medicamentos, procedendo-se as administrações com seringas e agulhas diferentes, em locais anatômicos diferentes.

4. Pode receber a vacinação contra influenza estando sob suspeita ou confirmação de infecção por SARS-CoV-2 (Covid-19)?

Não. Recomenda-se o adiamento da vacinação contra a influenza nas pessoas com quadro sugestivo de infecção pela Covid-19. A vacinação deve ser adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou quatro semanas a partir do primeiro exame de PCR positivo, no caso de pessoas assintomáticas.

5. Quem está inserido no grupo prioritário para receber a vacina da gripe pelo sistema público de saúde?

Na 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza realizada pelo Ministério da Saúde , no período de 12 de abril a 09 de julho estão no grupo de elegíveis para vacinação: crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos e mais, professores das escolas públicas e privadas, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (com relatório médico), pessoas com deficiência permanente, forças de segurança e salvamento, forças armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade. Este ano, o SUS dividiu o público-alvo em três fases com datas diferentes de vacinação para cada fase.

6. Quem não faz parte dos grupos prioritários para vacinação contra a gripe pode/deve se vacinar? 

Sim, é recomendado, mas precisará recorrer aos serviços privados de vacinação.

7. Quais os tipos de vacina contra a gripe oferecidas no Brasil em 2021?

As vacinas influenza disponíveis no Brasil são todas inativadas (de vírus mortos), portanto sem capacidade de causar infecção pela doença. No sistema público de saúde estará disponível a vacina trivalente, ou seja, que fornece proteção contra três cepas do vírus influenza. Já nas clínicas particulares, também dá para encontrar a vacina tetravalente, que inclui proteção contra mais uma cepa de influenza além das três que compõem a vacina trivalente. A Resolução-RE Nº 4.184, de 15 de outubro de 2020 da Anvisa traz em detalhes a composição das vacinas contra a influenza utilizadas no Brasil em 2021.

8. Qual a contraindicação para receber a vacina da gripe?

Crianças menores de 6 meses de idade e pessoas com história de anafilaxia a doses anteriores apresentam contraindicação para receber vacina contra a gripe.

Vale lembrar que em outros casos específicos poderá ser recomendado o adiamento da vacinação, ou contraindicação, a critério médico.

9. Quais são os efeitos adversos mais comuns da vacina da gripe?

Manifestações locais ocorrem em 15% a 20% dos pacientes: dor, vermelhidão e enduração no local da injeção, sendo benignas, autolimitadas, geralmente resolvidas em 48 horas.

10. Depois de quanto tempo do uso da vacina influenza ocorre a efetiva imunização?

A detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 e 3 semanas após a vacinação em adultos saudáveis, e, geralmente, dura de 6 a 12 meses.

 

Outras informações podem ser obtidas nos seguintes endereços: 

www.saude.gov.br/svs (Secretaria de Vigilância em Saúde/MS) 

www.who.int/en/ (Organização Mundial de Saúde) 

www.paho.org (Panamerican Health Organization) 

www.cdc.gov (Centers Diseases Control) 

www.anvisa.gov.br (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) 

www.eswi.org (European Scientific Working Group On Influenza) 

www.nih.gov (U.S. National Institue of Health) 

www.nejm.com (The New England Journal of Medicine) 

 

Fonte:

Ministério da Saúde. Informe Técnico da 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, Brasília, março de 2021.

Ministério da Saúde. Informe Técnico da Campanha Nacional de Vacinação contra a COVID-19 , Brasília, janeiro de 2021.

Sociedade Brasileira de Imunizações. Nota Técnica SBIm08/04/2021Vacinas influenza no Brasil em 2021, abril de 2021.

Sociedade Brasileira de Pediatria. Guia Prático de Atualização do Departamento Científico de Imunizações, janeiro de 2021.

 

Elaboração: Mabelly Barbosa L. Ferraz- Analista do MPU/Saúde/Enfermagem- Assessoria de Enfermagem.

registrado em: Medicina, Covid-19
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