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Consumo Excessivo de Bebidas Alcoólicas

O consumo de álcool pode causar tantos danos à saúde quanto uma droga ilícita

Publicada em 22/06/2023, por Dra. Thereza Livramento Sisnando Almeida, analista do MPU/Psiquiatria na PR.PE

O álcool é uma substância com propriedades psicoativas que pode causar repercussões em todo organismo. Ele está presente em diversos preparos e bebidas, e é amplamente utilizado no Brasil. O fato de ser encontrado com facilidade em muitos lugares e ocasiões predispõe ao aumento da ingestão, ao abuso e à dependência da substância.

O uso nocivo do álcool está relacionado a mais de 200 doenças e lesões. Em todo o mundo, 3 milhões de mortes ao ano resultam do uso descontrolado da substância, o que representa cerca de 5,3% de todas as mortes. No Brasil, 18,8% da população é classificada como bebedor abusivo, segundo o Ministério da Saúde.

Entre os principais danos à saúde, destacam-se os prejuízos ao sistema cardiovascular, à saúde cerebral e à saúde mental dos indivíduos.

A relação entre o álcool e a doença cardiovascular é complexa e depende da quantidade de álcool consumida e do padrão de consumo. O consumo de álcool aumenta o risco de miocardiopatias, hipertensão, fibrilação atrial, acidente vascular cerebral hemorrágico e isquêmico quando o consumo é abusivo, isto é, quando homens ingerem 5 ou mais doses, ou mulheres bebem 4 ou mais doses em uma única ocasião.

Tratando-se da saúde do sistema nervoso central, ainda não existe um nível seguro de consumo de álcool. Nesse caso, qualquer episódio de intoxicação alcoólica aguda é um sinal de disfunção cerebral. Entre os riscos imediatos estão dor de cabeça, perturbação do sono, deficiências cognitivas (redução da atenção, controle, julgamento), “apagões”, perda de memória, até overdose. Entre os riscos a longo prazo do uso do álcool para o cérebro destacam-se: déficits da função executiva (raciocínio abstrato, memória de trabalho, planejamento), dependência, demência, depressão, ansiedade, suicídio, alterações no padrão do sono, no humor, na personalidade, limiar de atenção reduzido e problemas de coordenação.

Em relação aos possíveis transtornos mentais desencadeados, a depressão é o mais frequente. Os sintomas podem ser prolongados ou recorrentes, comprometendo o desempenho no trabalho, na escola ou na vida cotidiana. Ingerir álcool pode agravar sintomas depressivos e causar depressão e, por sua vez, a depressão pode fazer com que a pessoa beba mais. Mais gravemente, a associação entre os transtornos depressivos e o alcoolismo podem levar ao suicídio.

Além das consequências para a saúde, o uso abusivo do álcool provoca perdas sociais e econômicas significativas para os indivíduos e para a sociedade em geral. Por isso, é importante detectar precocemente se existem alguns sinais de alerta, ao responder quatro perguntas simples, são elas:

1 - Você já sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida alcoólica ingerida?

2 - As pessoas já o irritaram quando criticaram a quantidade de bebida alcoólica que você ingere?

3 - Você já se sentiu mal ou culpado em relação à quantidade de bebida alcoólica ingerida?

4 - Você já consumir bebida alcoólica pela manhã para “aquecer” os nervos ou para se livrar de uma ressaca?

Apenas um “sim” a alguma dessas perguntas sugere um possível problema. Em qualquer dos casos, procure um profissional de saúde, imediatamente, para discutir suas respostas e receber orientações e tratamentos que se fizerem necessários.

Mais sobre o assunto em https://saude.mpu.mp.br/noticias/conheca-os-efeitos-de-associar-bebidas-energeticas-e-alcool

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